Eu, enquanto experiente advogado tributarista com mais de 50 anos no currículo, sempre fui conhecido por minha abordagem prática e objetiva. No entanto, ao longo dos anos, tenho me dado conta da importância de incorporar o conhecimento que enriquece minha jornada profissional, sem perder de vista a humanidade que permeia meu trabalho. O humanismo sempre ocupou um lugar especial em minha mente e coração.
A epifania recente que me fez questionar e refletir profundamente sobre a realidade dos profissionais com 50+ ocorreu no mês passado. Foi nesse momento que percebi a existência do “estarismo”, uma questão que ganhou destaque quando meu pai, um contador com mais de 50 anos de experiência, foi homenageado pelo Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRC-BA) e pela Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista. Eles prestaram homenagem aos contadores 50+ que dedicaram décadas de suas vidas à profissão contábil.
Essa experiência despertou em mim uma indagação profunda: por que ainda faltam produtos e serviços que atendam plenamente às necessidades da Silver Economy? Os indivíduos com 50 anos ou mais formam um público vasto e lucrativo, cujas necessidades específicas não estão sendo adequadamente atendidas. Eles têm recursos financeiros, tempo disponível e um forte desejo de cuidar de si mesmos. Não estão interessados em negar sua idade; seu objetivo é aproveitar ao máximo essa nova fase da vida.
A pandemia acelerou a adoção das compras online e a digitalização entre os consumidores maduros. No entanto, revelou uma lacuna significativa: a maioria das marcas continua ignorando as necessidades específicas desse segmento. Quando constroem suas páginas online, muitas marcas não consideram esses consumidores e não oferecem vídeos tutoriais explicativos para facilitar sua experiência.
Desde então, tenho dedicado mais tempo a refletir sobre esse tema, que está mais entrelaçado com meu cotidiano mais até do que eu imaginava. Recentemente li uma série de reportagens da Forbes sobre profissionais 50+ e descobri muitas pessoas que admiro por sua liderança, tanto pessoal quanto profissional.
Também encontrei na semana passada o artigo do publicitário Nizan Guanaes, intitulado “Vai dar Merda”, no qual ele argumenta a necessidade de mesclar jovens talentos com profissionais experientes para alcançar objetivos de crescimento e perpetuação dos negócios, como naquele aclamado filme de Robert de Niro “Um Senhor Estagiário”.
Recentemente, tive ainda o prazer de conhecer o trabalho de uma médica e cliente do nosso escritório de advocacia que utiliza câmaras hiperbáricas para o processo curativo de seus pacientes. Pesquisando mais sobre essa área, descobri que na Ásia essas câmaras têm utilidades impressionantes. Um artigo em inglês traduzido “Como as Câmaras Hiperbáricas Estão Transformando o Jogo Anti-Envelhecimento” me impressionou e empolgou com as possibilidades de expansão desse negócio para os 50+. Parece que as oportunidades nesse campo para minha cliente são realmente “ao infinito e além”, como dizia Buzz Lightyear.
Não deu nenhum azar e me conectou mais com o tema quando na última sexta-feira 13, li um artigo na revista Exame intitulado “Ageless: desmistificando mitos sobre os 50+”, que aborda mitos populares e verdades pouco mencionadas sobre profissionais com mais de 50 anos.
Tudo isso me levou a uma conclusão inevitável: nada acontece por acaso: Preciso escrever sobre esse assunto em homenagem ao meu melhor momento de vida, tanto pessoal quanto profissional, no meu 50+.
Então essa é uma homenagem à sabedoria que Deus trouxe à minha vida e ao meu pai, um “Old Man” que celebrará 75 anos nesta semana e ainda continua ativo e inspirador em sua jornada.
Portanto, é hora de olharmos para o futuro com entusiasmo e abraçar as oportunidades que a Silver Economy nos oferece, lembrando sempre que a idade é apenas um número, e a experiência é um tesouro a ser compartilhado com o mundo na sua Jornada, pois aprendi com meu filho Dado de 06 anos assistindo com ele Pokémon e suas intermináveis “Jornadas Supremas”, que “a jornada continua”, e ela sempre continuará enquanto o pulso ainda pulsar até onde a longevidade com qualidade de vida nos levar.
Dr. Júlio N. Nogueira
Advogado
OAB/BA 14.470
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